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Astrofísico propõe nova maneira de encontrar esferas de Dyson

Variações de atividade em pontos térmicos no espaço seriam um bom indicativo de megaestruturas criadas por civilizações avançadas extraterrestres.

Astrofísico propõe nova maneira de encontrar esferas de Dyson -

Imagem: Arte "Esfera de Dyson" por Ciência Mundo.

Desde as publicações do físico Freeman Dyson em 1960 a busca por megaestruturas alienígenas chamadas esferas de Dyson tem sido um tópico de fascínio na astronomia. 

Uma esfera de Dyson é uma megaestrutura teórica que uma civilização avançada poderia construir para envolver uma estrela e capturar sua energia.

No entanto, apesar de décadas de pesquisa e avanços tecnológicos, não só ainda não encontramos evidências dessas construções monumentais, como, sequer, elaboramos uma estratégia sólida para localizá-las. 

Como os físicos estão buscando pelas esferas de Dyson atualmente?

Até agora, a principal abordagem para tentar rastrear essas megaestruturas tem sido a busca por “calor residual” no espaço. 

A ideia é que, uma vez construídas, as esferas emitiriam calor na forma de radiação infravermelha. 

No entanto, essa abordagem de rastreio por megaestruturas nunca agradou aos astrofísicos.

O problema central é que não temos um modelo definitivo do que exatamente procurar. 

As propriedades dos materiais que poderiam ser usados na construção de esferas de Dyson permanecem desconhecidas. 

Isso torna a detecção de seu calor residual emitida por uma esfera de Dyson uma tarefa desafiadora.

Além disso, as teorias sobre as formas e tamanhos das esferas são baseadas em suposições e modelos simplificados, daquilo que nós conhecemos no Sistema Solar. 

A falta de evidências cientificamente sólidas para essa abordagem torna difícil determinar se esses modelos refletem com precisão a realidade.

Novas abordagens na busca por esferas de Dyson

O campo da busca por megaestruturas alienígenas não está parado. 

Em um estudo recente, o astrônomo Jason T. Wright propôs uma abordagem diferente (WRIGHT, 2023)

Em vez de focar apenas no calor residual, Wright sugere que devemos procurar indicações de atividades. 

Essas atividades poderiam indicar a presença de uma civilização avançada que está usando a megaestrutura para fins específicos.

Por exemplo, se detectássemos variações na emissão de calor, padrões de luz, movimento ou outros sinais que sugerissem um uso intencional da megaestrutura, poderíamos considerar como indicações de atividades.

Wright também levanta a questão da eficiência termodinâmica na captação de energia estelar, o que nos impediria de capturar qualquer assinatura térmica pelo infravermelho. 

Ele argumenta que se as esferas forem ideais, elas serão pequenas e eficientes, capturando a maior parte da luz da estrela. 

Isso, por sua vez, poderia afetar a temperatura das esferas e, consequentemente, sua assinatura de calor residual.

Até agora, os esforços mais promissores na busca por megaestruturas alienígenas vêm do Projeto Hephaistos, que utilizou dados de observatórios como o Gaia da ESA e o WISE da NASA. 

Embora tenham identificado alguns candidatos promissores, ainda não temos confirmação conclusivas de megaestruturas.

Por enquanto, a busca continua, mas as respostas permanecem elusivas.

No entanto, até o momento, os esforços para detectar essas estruturas com base no calor que elas poderiam gerar se mostraram infrutíferos.

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Referências

WRIGHT, Jason T. Application of the Thermodynamics of Radiation to Dyson Spheres as Work Extractors and Computational Engines, and their Observational Consequences. arXiv preprint arXiv:2309.06564, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 2 jun 2023.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. Astrofísico propõe nova maneira de encontrar esferas de Dyson. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.