A SpaceX lançou 21 novos satélites no último dia 27 de fevereiro, elevando o número total de satélites ativos Starlink para 3.660.
O objetivo da empresa é fornecer internet de banda larga para áreas remotas do planeta, mas isso tem preocupado astrônomos que alertam sobre a interferência desses satélites brilhantes na visão do cosmos.
Segundo o astrônomo Jonathan McDowell — do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics in Cambridge — a frota de satélites Starlink de internet de banda larga agora representa cerca de 50% dos quase 7.300 satélites ativos em órbita.
Isso é preocupante, informou o astrônomo Sandor Kruk — do Max-Planck Institute for Extraterrestrial Physics — pois os telescópios sofrem com esse tipo de poluição.
O número de imagens do telescópio Hubble afetadas pela luz de satélites de órbita baixa, por exemplo, aumentou em cerca de 50% entre 2002 e 2021.
Embora o impacto atual seja considerado pequeno, o número de satélites e detritos espaciais só tende a aumentar, o que pode dificultar ainda mais a observação astronômica.
Além disso, a densidade de satélites na órbita terrestre tem preocupado especialistas em tráfego espacial.
Todos os satélites Starlink da SpaceX orbitam a uma distância de cerca de 500 quilômetros da Terra e estão constantemente navegando para evitar colisões entre si e com outras espaçonaves tripuladas.
Segundo a astrônoma Samantha Lawler — da Universidade de Regina, no Canadá — a frota Starlink é a “mancha espacial mais densa que já existiu”. Ela alerta que qualquer acidente entre os satélites pode afetar imediatamente a vida humana.
É importante destacar que a SpaceX não é a única empresa a possuir uma constelações de satélites de internet.
Até a década de 2030, estima-se que possa haver até 100.000 satélites na órbita baixa da Terra.
Diante desse cenário, os especialistas alertam que é necessário um gerenciamento mais rigoroso do tráfego espacial e uma reforma geral na regulamentação espacial para lidar com esses novos projetos comerciais massivos.
É fundamental que haja um equilíbrio entre o desenvolvimento tecnológico e a preservação do espaço para fins científicos e exploração futura.
Logo, é necessário que as empresas levem em conta as preocupações dos astrônomos e a segurança do tráfego espacial ao lançar suas constelações de satélites.
Como destacado pelos especialistas Jonathan McDowell, Sandor Kruk e Samantha Lawler, é preciso uma ação imediata para reformular as normas regulatórias espaciais e evitar possíveis problemas que possam afetar o estudo do universo e a segurança humana no espaço.
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Half of all active satellites are now from SpaceX. Here’s why that may be a problem Science News, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 4 mar 2023.
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SANTOS, Fábio. Metade dos satélites ativos agora são da SpaceX: devemos nos preocupar com isso?. Ciência Mundo, mar 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.