A Astrobotic está enfrentando um desafio extraordinário para manter seu módulo lunar, o Peregrine, operacional após um lançamento tumultuado em 8 de janeiro.
Apesar de um vazamento sério de propelente que praticamente aniquilou o sonho de um pouso suave na Lua, o Peregrine continua a surpreender ao alcançar a distância lunar.
O lançamento ficou marcado como o primeiro a bordo do foguete Vulcan Centaur da United Launch Alliance.
A missão tinha a ambição de fazer história, tornando-se o primeiro módulo lunar privado a realizar um pouso na Lua.
Contudo, o Peregrine enfrentou um problema sério com um vazamento de propelente – substância utilizada para gerar propulsão em espaçonaves – logo após se separar do estágio superior do foguete.
Esse contratempo parecia ter comprometido irremediavelmente a missão.
Surpreendentemente, o módulo lunar, apesar de suas dificuldades, alcançou a distância lunar, marcando um triunfo notável.
Atualmente operacional a cerca de 383.000 quilômetros da Terra, o Peregrine está navegando pelo espaço profundo.
No entanto, a Lua está em uma parte diferente de sua órbita, longe do módulo lunar.
A trajetória original sugeria um pouso na Lua 15 dias após o lançamento.
No entanto, as estimativas de propelente sugerem que o combustível se esgotará antes desse período.
A equipe de engenheiros permanece otimista quanto à extensão da expectativa de vida do Peregrine.
Esse otimismo é resultado da experiência acumulada. Inicialmente, estimou-se que o módulo lunar teria apenas 40 horas de propelente restantes após o vazamento.
No entanto, o cronograma continua a ser ajustado, pois o vazamento diminui e os controladores buscam prolongar a vida útil do Peregrine.
O Peregrine carrega consigo 20 cargas úteis para diversos clientes, incluindo a NASA, que contribuiu com cinco instrumentos científicos por meio do programa Commercial Lunar Payloads Services (CLPS).
Todos os 10 instrumentos que requerem energia estão operacionais, coletando dados valiosos no espaço profundo.
Dois instrumentos da NASA, o Sistema Espectrômetro de Nêutrons e o Espectrômetro de Transferência de Energia Linear, estão medindo a radiação no espaço interplanetário, fornecendo insights cruciais sobre a atividade dos raios cósmicos galácticos e as condições espaciais resultantes da atividade solar.
Outro destaque é a carga útil COLMENA do Peregrine, incluindo cinco micro-robôs projetados para explorar a superfície lunar pela Universidade Nacional Autônoma do México.
Embora não esteja previsto que pousem na lua, esses micro-robôs são os primeiros instrumentos mexicanos a operar no espaço cislunar.
A Astrobotic tem mantido o público informado sobre a situação do Peregrine, publicando 15 atualizações desde o incidente em 8 de janeiro.
Uma avaliação mais detalhada será apresentada em uma teleconferência conjunta com a NASA em 18 de janeiro, ao meio-dia, horário padrão da costa leste dos EUA.
O Peregrine, primeiro de uma série de missões afiliadas ao CLPS, é um testemunho da resiliência humana e da tecnologia espacial.
Apesar dos obstáculos, ele continua a surpreender e inspirar, representando a tenacidade da exploração lunar privada.
O próximo capítulo aguarda o lançamento do Nova-C pela SpaceX no próximo mês, continuando a saga emocionante das missões lunares comerciais.
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Notícias
Hobbled Peregrine moon lander limps to lunar distance as Astrobotic fights to keep it alive. Space, 2024. Disponível em: <link>. Acesso em: 14 jan 2024.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Peregrine “manca” até a distância lunar enquanto a Astrobotic luta. Ciência Mundo, jan 2024. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.
Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.
