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Cratera Barringer foi formada por uma “bola giratória”, sugere simulação de asteroides

Pesquisadores brasileiros investigam qual a influência da rotação dos asteroides na aparência das crateras terrestres.

Cratera Barringer foi formada por uma “bola giratória”, sugere simulação de asteroides -

Imagem: Cratera Barringer - LarryBloom - CC BY 3.0.

Crateras de impacto na Terra sempre despertaram a curiosidade de cientistas que tentam entender vários aspectos desse fenômeno e sua diversidade. 

Recentemente, pesquisadores focaram na rotação e aglomeração de asteroides como possíveis determinantes na formação dessas características geológicas.

Um estudo publicado por brasileiros no periódico Physical Review E revela que asteroides com rotação rápida podem criar crateras mais largas e rasas, enquanto a rigidez da aglomeração de seus fragmentos rochosos influencia a profundidade do impacto (CARVALHO, 2023).

Ao contrário da intuição inicial de que asteroides em rotação rápida resultam em crateras mais profundas, os pesquisadores descobriram que, nesse caso, a energia rotacional é consumida ao se quebrar as ligações entre os fragmentos rochosos do asteroide. 

Isso resulta em uma dispersão de fragmentos com menos energia, levando a crateras mais amplas e menos profundas.

A variação na aglomeração dos fragmentos rochosos do asteroide também desempenha um papel crucial na formação dessas crateras. 

Isso porque, nem todos os asteroides são monólitos, mas sim aglomerados de rochas menores coladas pela gravidade.

Asteroides formados por componentes fracamente ligados, criam crateras mais rasas devido à propagação radial dos fragmentos no impacto.

A Cratera Barringer no Arizona, com sua forma distintiva de tigela, é citada como exemplo. 

A pesquisa sugere que sua formação pode ter sido influenciada por um asteroide de rotação rápida e aglomerado de maneira ainda desconhecida.

A compreensão da rotação e da aglomeração emergem como novas variáveis para o estudo das crateras de impacto, que até agora consideravam apenas a velocidade do asteroide e a composição do solo como fatores determinantes.

Estes estudo utilizou simulações virtuais de asteroides, representando-os como aglomerados de pequenas esferas, cada uma do tamanho de um ácaro. 

Foram criados modelos para simular objetos com diversas formas, níveis de aglomeração e velocidades de rotação, oferecendo insights valiosos sobre as possíveis origens das características das crateras terrestres.

Essa abordagem interdisciplinar, integrando conhecimentos de geologia, astronomia e física, destaca a complexidade por trás das formações geológicas aparentemente simples. 

Os resultados não apenas expandem nosso entendimento sobre as crateras de impacto na Terra, mas também têm implicações para a interpretação de estruturas semelhantes em outros corpos celestes.

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Referências

CARVALHO, Douglas D.; LIMA, Nicolao C.; FRANKLIN, Erick M. Impact craters formed by spinning granular projectiles. Physical Review E, v. 108, n. 5, p. 054904, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 18 dez 2023.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. Cratera Barringer foi formada por uma “bola giratória”, sugere simulação de asteroides. Ciência Mundo, dez 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.