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Fotógrafos registram uma inesperada ejeção de massa coronal durante um eclipse

Astrofotógrafos capturaram o momento exato em que uma tempestade gigantesca sai do sol durante um eclipse híbrido.

Fotógrafos registram uma inesperada ejeção de massa coronal durante um eclipse - eclipse híbrido

Imagem: Petr Horálek, Josef Kujal, Milan Hlaváč

Um grupo de astrofotógrafos registrou uma imagem impressionante do recente eclipse solar híbrido, que ocorreu no dia 20 de abril de 2023 e foi visível nos céus da Austrália. 

O fenômeno consistiu em dois tipos de eclipses solares simultâneos: o eclipse solar total e o eclipse solar anular

Além da beleza, essa observação proporcionou descobertas astronômicas significativas.

A imagem composta pelos astrofotógrafos tchecos Petr Horálek, Josef Kujal e Milan Hlaváč revela filamentos da corona solar — a parte externa do sol — em toda sua magnitude. 

A corona solar, normalmente invisível a olho nu, foi capturada dessa vez de forma surpreendente, revelando detalhes além da percepção humana. 

Isso se deve ao máximo solar, um período de maior atividade do Sol que ocorre em ciclos de aproximadamente 11 anos. 

A incrível imagem da ejeção de massa coronal

Além da coroa solar, os astrofotógrafos também registraram uma inesperada ejeção de massa coronal, que é uma erupção de plasma magnetizado expelida pelo sol. 

A tempestade solar na imagem dos astrofotógrafos se alinha perfeitamente com uma explosão de partículas registrada ao mesmo tempo por um coronógrafo do Observatório Solar e Heliosférico.
Imagem: Petr Horálek.

Embora a ejeção de massa coronal seja apenas visível de forma tênue na imagem, sua existência foi confirmada ao ser sobreposta em um coronógrafo do Observatório Solar e Heliosférico da NASA

Essa imagem surpreendeu os astrofotógrafos, uma vez que não esperavam observar uma ejeção de massa coronal durante o eclipse.

Diferença entre um eclipse solar total, anular e híbrido

Um eclipse solar total ocorre quando a Lua está perfeitamente alinhada entre a Terra e o Sol, cobrindo completamente o disco solar. Durante esse evento, a luz solar é bloqueada pela Lua, criando um momento de escuridão total durante o dia e revelando a corona solar, que corresponde à atmosfera externa do Sol.

Um eclipse solar anular, por outro lado, ocorre quando a Lua está mais distante da Terra em sua órbita elíptica, resultando em um tamanho aparente menor do que o Sol. Durante esse tipo de eclipse, a Lua não cobre completamente o disco solar, deixando um anel brilhante ao redor da Lua.

Já o eclipse solar híbrido é uma combinação dos dois tipos anteriores. Ele acontece quando um mesmo eclipse ocorre em regiões da Terra onde a cobertura é total e outras onde a cobertura é anular. Isso acontece devido à grande variação na distância entre as regiões da Terra, a Lua e o Sol, resultando em diferentes tipos de cobertura durante o evento.

Eclipses solares híbridos são ocorrências raras e fascinantes e o último evento desse tipo que ocorreu no dia 20 de abril, não deixou a desejar.

Enquanto o eclipse solar total proporcionou uma ocultação completa do sol, visível apenas para aqueles os observadores perfeitamente alinhados, o eclipse solar anular foi mais longo, permitindo a visibilidade de um halo de plasma ao redor da lua. 

Os efeitos do eclipse solar híbrido também puderam ser observados fora da Terra, através do módulo lunar Hakuto-R do Japão, que capturou imagens impressionantes do “nascer da Terra” a partir da perspectiva lunar. 

A sonda japonesa Hakuto-R registrou a sombra da lua sobre a Austrália durante o eclipse, no momento em que “a Terra nasceu” no horizonte lunar.
Imagem: ispace.

Nessas imagens, a Austrália ainda estava coberta pela sombra da lua, apresentando-se como uma grande mancha escura na superfície terrestre.

A importância da astrofotografia

A astrofotografia desempenha um papel crucial na documentação e compreensão dos fenômenos celestes. 

Ao combinar centenas de imagens capturadas durante o eclipse, os astrofotógrafos foram capazes de criar uma imagem composta que revelou detalhes além da percepção visual humana. 

Essas imagens não apenas proporcionam momentos de beleza, mas também contribuem para o avanço científico e aprofundamento do conhecimento sobre o sol e os eventos solares.

Os eclipses solares têm sido alvo de fotógrafos que buscam capturar momentos únicos e raros. 

Em 2020, o fotógrafo chinês Shuchang Dong recebeu reconhecimento internacional por sua imagem vencedora intitulada “Golden Ring”, capturada durante um eclipse visto do Tibete. 

Essas oportunidades fotográficas permitem que os especialistas registrem e compartilhem a beleza efêmera e os fenômenos científicos associados aos eclipses solares.

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Referências

Photographers capture the exact moment a gargantuan storm blasts out of the sun during a total solar eclipse. space, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 18 maio 2023.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. Fotógrafos registram uma inesperada ejeção de massa coronal durante um eclipse. Ciência Mundo, maio 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.