Um fóssil de dinossauro encontrado em 2010 no Parque Provincial dos Dinossauros em Alberta, no Canadá, revelou algo surpreendente: um grande pedaço de âmbar preso a uma mandíbula (MCKELLAR, 2019).
O fóssil de dinossauro, que pertence a espécie denominada Prosaurolophus maximus, foi identificado como sendo do período Cretáceo Superior, há cerca de 75 milhões de anos.
Este é um achado incrível, porque o âmbar raramente é encontrado em associação direta com fósseis de dinossauros.
A maioria dos fósseis de âmbar é encontrada isoladamente, o que dificulta a compreensão da relação entre a fauna e a flora do período.
Mas o âmbar encontrado nesta descoberta permitiu que os cientistas estudassem o ecossistema pré-histórico em que o dinossauro viveu.
O âmbar é um tipo de resina fossilizada que pode conter inclusões de plantas e animais, permitindo que os cientistas obtenham informações valiosas sobre a composição da floresta pré-histórica.
Com base em análises químicas e isotópicas, os cientistas descobriram que o âmbar provavelmente se originou de coníferas que cresciam em uma planície costeira.
Em uma das inclusões encontradas no âmbar os pesquisadores encontraram uma espécie de pulgão que se alimentava da casca das coníferas.
Mas o mais surpreendente é que o âmbar também estava preso à mandíbula do dinossauro.
A análise do fóssil mostrou que o âmbar aderido à mandíbula deixou impressões dentárias na superfície da resina.
Segundo os pesquisadores, a série de eventos necessários para que o âmbar preservasse o inseto em associação direta com os restos do dinossauro é notável.
O fóssil de dinossauro e o âmbar devem ter sido enterrados juntos, mas como isso aconteceu ainda é um mistério.
Para os paleontólogos a presença do pulgão dentro do âmbar sugere que o inseto se alimentava de alguma árvore produtora de resina quando foi encurralado.
A massa de resina então caiu em um córrego próximo ao mesmo tempo que o material esquelético do Prosaurolophus, tendo sido pressionada contra o osso em alguma sequência de eventos desconhecida.
Distúrbios subsequentes achataram a massa de resina, mas sua associação com o osso foi mantida durante os processos de soterramento e diagênese.
Essa descoberta, a primeira desse tipo na América do Norte, fornece informações valiosas sobre o ambiente em que o dinossauro vivia, confirmando a hipótese de que alguns hadrossauros existiram em uma floresta de coníferas.
Além disso, este estudo fornece informações adicionais sobre a ecologia da floresta e as condições climáticas da época.
A peça de âmbar descrita é uma das maiores já documentadas do Cretáceo Tardio do oeste do Canadá.
Esta descoberta é emocionante, porque nos fornece informações valiosas sobre a vida pré-histórica, especialmente sobre a relação entre os dinossauros e a flora da época.
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Referências
MCKELLAR, Ryan C. et al. A direct association between amber and dinosaur remains provides paleoecological insights. Scientific Reports, v. 9, n. 1, p. 1-7, 2019. Scientific reports, v. 9, n. 1, p. 1-10, 2019. Disponível em: <link>. Acesso em: 27 mar 2023.
Notícias
‘Remarkable’ fossil features an insect trapped in amber, stuck to a dinosaur jaw. Science, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 27 mar 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Fóssil impressionante tem um inseto preso em âmbar junto a uma mandíbula de dinossauro. Ciência Mundo, mar 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.