O crânio bem preservado de cerca de 36 milhões de anos foi desenterrado no ano passado das rochas secas do deserto de Ocucaje, no sul do Peru, e chama a atenção por seus dentes longos e pontudos.
Rodolfo Salas – chefe de paleontologia da Universidade Nacional de San Marcos, no Peru – explicou aos repórteres, em entrevista coletiva, que o mamífero era provavelmente um basilosaurus, da família dos cetáceos (que em grego significa monstro marinho), cujos descendentes contemporâneos incluem baleias, golfinhos e botos.
Basilosaurus significa “lagarto rei” em alusão ao seu corpo longo e flexível, que possibilitava uma locomoção ágil na água, lembrando uma cobra gigante, embora o animal não fosse um réptil.
O predador, que ocupava o topo da cadeia alimentar de sua época, tinha cerca de 12 metros de comprimento, o equivalente à altura de um prédio de quatro andares. Segundo Salas, este animal era um monstro marinho, que certamente causava muitos danos, quando procurava por comida.
Os paleontólogos acreditam que os primeiros cetáceos evoluíram de mamíferos que viveram em terra há cerca de 55 milhões de anos, 10 milhões de anos depois que um asteroide atingiu o que hoje é a península mexicana de Yucatán, acabando com a maior parte da vida na Terra, incluindo os dinossauros.
Uma equipe internacional de pesquisadores está avaliando a possibilidade deste fóssil pertencer a uma nova espécie de basilosaurus.
Salas explica que este achado só foi possível porque, quando o antigo basilossauro morreu, seu crânio provavelmente afundou e foi rapidamente revestido pela lama do fundo do mar, onde ele foi enterrado e preservado. “Naquela época, as condições para a fossilização eram muito boas em Ocucaje”, adiciona o cientista.
O crânio, um orgulho dos paleontólogos peruanos, está agora em exposição no museu da Universidade de San Marcos.
Vídeos
Notícias
In Peru, skull of ‘marine monster’ points to fearsome ancient predator. NBC News, 2022. Disponível em: <link>. Acesso em: 15 ago. 2022.
Cite-nos
SANTOS, Gabriel. Crânio de um antigo “monstro marinho” descoberto no Peru sugere um terrível predador. Ciência Mundo, Rio de Janeiro, jan. 2022. Disponível em: . Acesso em: .