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Reator nuclear da NASA na Lua está mais perto da realidade

Reatores nucleares na superfície da Lua garantiriam energia ininterrupta para as futuras missões, mesmo durante a longa noite lunar.

Reator nuclear da NASA na Lua está mais perto da realidade -

 

Nos últimos anos, temos testemunhado um renascimento no interesse pela exploração espacial

Um dos protagonistas desse movimento é a NASA, com o seu programa Artemis que visa levar astronautas de volta à Lua e, eventualmente, estabelecer uma presença sustentável em nosso satélite natural. 

Para alcançar esse ambicioso objetivo, um dos desafios mais urgentes é o fornecimento de energia para as instalações lunares. 

Atualmente, a proposta mais promissora é a instalação de reatores nucleares na Lua.

A ideia de colocar um reator nuclear na Lua pode soar como ficção científica, mas é uma proposta sólida apoiada por anos de pesquisa e desenvolvimento. 

Recentemente, a NASA divulgou novas informações do seu programa Fission Surface Power, que está na vanguarda dessa tecnologia, com o objetivo de projetar e implementar um reator de fissão nuclear capaz de fornecer eletricidade sustentável para futuras bases lunares.

A preocupação da NASA é justificável. 

Em um ambiente tão hostil quanto a Lua, onde a noite dura duas semanas terrestres e as temperaturas podem chegar a extremos, uma fonte de energia confiável e constante é crucial para o sucesso das missões. 

Embora a energia solar seja uma opção viável durante o dia lunar, ela se torna inútil durante a noite prolongada. 

É aqui que os reatores nucleares entram em jogo.

A tecnologia nuclear oferece a vantagem de gerar energia independentemente das condições de iluminação solar. 

Isso significa que, mesmo durante a escuridão da noite lunar, os reatores nucleares podem continuar a funcionar, fornecendo energia vital para as operações em curso. 

Além disso, eles têm o potencial de fornecer energia por longos períodos sem a necessidade de intervenção humana frequente, o que é essencial para missões de longa duração.

O programa Fission Surface Power concluiu, recentemente, sua fase inicial de análise e viabilidade de projetos, iniciada em 2022. 

Várias empresas comerciais foram contratadas para desenvolver designs de reatores nucleares e sistemas de suporte, cada uma trazendo sua experiência única para a mesa. 

Empresas como a Lockheed Martin, a Westinghouse e a IX estão entre aquelas selecionadas para levar adiante esses esforços pioneiros.

Os requisitos para os designs dos reatores são rigorosos, mas necessários. 

Eles devem ser capazes de operar de forma autônoma por pelo menos uma década, resistindo às duras condições lunares e fornecendo energia suficiente para sustentar as operações humanas e científicas. 

Isso inclui não apenas o fornecimento de eletricidade para habitats e equipamentos, mas também para alimentar experimentos científicos e sistemas de comunicação.

Outra utilidade dos reatores nucleares seria explorar as regiões sombreadas da Lua em busca de gelo e outros minerais importantes.

Essas áreas, onde a luz solar direta não alcança, podem conter recursos valiosos que poderiam ser utilizados tanto para fornecer água potável quanto para produzir combustível para futuras missões espaciais.

É importante destacar que a NASA não está buscando substituir completamente a energia solar. 

Pelo contrário, os reatores nucleares seriam complementares às instalações solares, oferecendo uma fonte de energia alternativa e confiável para quando o Sol se põe na Lua.

À medida que o programa Fission Surface Power avança para sua próxima fase, espera-se que novos avanços e inovações levem a soluções cada vez mais robustas e eficazes. 

O futuro da exploração lunar está sendo moldado hoje, e os reatores nucleares estão firmemente estabelecidos como uma peça fundamental desse quebra-cabeça cósmico.

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Referências

NASA’s Fission Surface Power Project Energizes Lunar Exploration. NASA, 2024. Disponível em: <link>. Acesso em: 10 fev 2024.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. Reator nuclear da NASA na Lua está mais perto da realidade. Ciência Mundo, fev 2024. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.