Cientistas da Universidade da Califórnia, Santa Barbara, fizeram uma descoberta impressionante enquanto procuravam lesmas marinhas em piscinas naturais na costa da Califórnia em 2018.
Eles avistaram uma espécie de bivalve branco e translúcido que nunca havia sido vista antes. Ao fotografar a criatura e compartilhar as imagens com colegas de outras instituições, eles descobriram que se tratava de uma espécie que havia sido considerada extinta há mais de 40.000 anos (VALENTICH-SCOTT, 2022).
A espécie de molusco, conhecida como Cymatioa cooki, só havia sido encontrada como fóssil e, portanto, acreditava-se que havia desaparecido há milênios. No entanto, a descoberta da espécie viva impressionou os cientistas, que a descreveram como um verdadeiro tesouro para a comunidade acadêmica.
Imagem: VALENTICH-SCOTT, 2022.
Depois de compartilhar as fotos da criatura, os pesquisadores voltaram ao local onde encontraram uma espécie viva. Eles a levaram a um museu para comparação com outras espécies conhecidas do registro fóssil.
Lá, descobriram que a espécie de bivalve Cymatioa cooki era muito semelhante a um bivalve fóssil descrito pela primeira vez pelo paleontólogo George Willett em 1930 e nomeado em homenagem a Edna Cook, uma colecionadora de conchas amadora.
O curador de malacologia do Museu de História Natural de Santa Bárbara, Paul Valentich-Scott, ficou emocionado com a descoberta e explicou que é muito raro encontrar uma espécie viva, que inicialmente havia sido descoberta como fóssil.
Os pesquisadores ainda estão perplexos com a forma como esses moluscos escaparam da ciência por tanto tempo. Uma possibilidade é que sua preferência de habitat esteja mais ao sul, na Baja Califórnia, talvez em uma área remota.
A descoberta também coloca a espécie de molusco entre um grupo de criaturas aparentemente “ressuscitadas”, chamadas de Lazarus taxa.
A descoberta da espécie viva de Cymatioa cooki mostra que ainda há muito a ser descoberto na ciência, apesar da vasta gama de espécimes animais disponíveis para os cientistas modernos.
Como destaca David Jablonski, paleontólogo da Universidade de Chicago, “há sempre mais a encontrar”.
A descoberta da espécie viva de Cymatioa cooki é uma revelação importante para a ciência, e os pesquisadores esperam continuar investigando para conhecer melhor a “nova”espécie de molusco.
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Referências
VALENTICH-SCOTT, Paul; GODDARD, Jeffrey HR. A fossil species found living off southern California, with notes on the genus Cymatioa (Mollusca, Bivalvia, Galeommatoidea). ZooKeys, n. 1128, 2022. Disponível em: <link>. Acesso em: 19 fev 2023.
Notícias
A clam presumed extinct for 40,000 years has been found alive. Science News, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 19 fev 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Molusco “extinto” há 40.000 anos reaparece na Califórnia. Ciência Mundo, fev 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.
Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.
