O Telescópio Espacial Hubble capturou recentemente a imagem de um dos anéis de Einstein mais antigos já descoberto, oferecendo uma janela única para o passado distante do Universo.
Esta fotografia mostra um anel de luz distorcido gravitacionalmente em torno de uma galáxia distante, conferindo-lhe a aparência de um anel cósmico.
Um anel de Einstein ocorre quando a luz de uma galáxia distante é curvada ao redor de uma galáxia ou buraco negro mais próximo, alinhado perfeitamente entre o objeto distante e o observador — nós aqui na Terra.
Essa curvatura é o resultado da lente gravitacional, um efeito previsto pela teoria da relatividade de Albert Einstein.
A luz que passa através do espaço-tempo curvado ao redor do objeto em primeiro plano é desviada, criando a aparência de um anel luminoso.
Na imagem recentemente capturada pelo Hubble, o anel de Einstein, denominado HerS J020941.1+001557, provém de uma galáxia situada aproximadamente a 19,5 bilhões de anos-luz da Terra.
Esta luz foi desviada por uma galáxia mais próxima, designada como SDSS J020941.27+001558.4, que está localizada a cerca de 2,7 bilhões de anos-luz de distância, representando o ponto brilhante no centro do anel.
Além disso, uma terceira galáxia, sem influência da lente gravitacional, identificada como J020941.23+001600.7, está perfeitamente alinhada com o halo de luz, criando a impressão visual de uma “pedra preciosa fixada em um anel de noivado”.
A galáxia que emite a luz do anel de Einstein está tão distante que sua luz, calculada em mais de 19 bilhões de anos-luz, parece ter uma idade mais avançada do que o próprio Universo, estimado em cerca de 13,8 bilhões de anos.
No entanto, isso é uma ilusão, pois, devido à expansão do Universo, a galáxia se distanciou de nós enquanto sua luz se dirigia na nossa direção.
Como resultado desse processo, a luz apresenta uma tonalidade avermelhada devido a um fenômeno conhecido como desvio para o vermelho, que os astrônomos aproveitam para calcular grandes distâncias cósmicas.
Pelos cálculos dos astrônomos, a luz que observamos foi emitida pela galáxia há cerca de 11,2 bilhões de anos.
Os anéis de Einstein são objetos fascinantes para os astrônomos, pois não apenas revelam a presença de matéria escura, mas também fornecem informações valiosas sobre as propriedades das galáxias envolvidas.
Através da análise do tamanho e forma do anel, os pesquisadores podem calcular a massa da galáxia em primeiro plano, o que por sua vez ajuda a determinar a quantidade de matéria escura presente.
É importante destacar também que este é um dos muitos fenômenos cósmicos capturados pelo Hubble ao longo de sua missão.
Desde o seu lançamento em 1990, o Hubble tem sido uma ferramenta vital para a exploração do universo, fornecendo aos astrônomos uma visão sem precedentes do cosmos.
À medida que continuamos a estudar e analisar os dados fornecidos pelo Hubble e outros telescópios espaciais, podemos esperar aprender mais sobre os mistérios do universo e expandir nosso entendimento do cosmos em que vivemos.
O anel de Einstein capturado nesta imagem é apenas um exemplo de como a ciência pode nos oferecer uma visão fascinante e surpreendente do cosmos.
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Referências
So near, or so far? ESA, 2024. Disponível em: <link>. Acesso em: 9 fev 2024.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Anel de Einstein do Universo primitivo é um dos mais antigos já descobertos. Ciência Mundo, fev 2024. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.