Desde os primórdios da astronomia, os cientistas têm se intrigado com a possibilidade da existência de um planeta desconhecido além da órbita de Netuno.
Essa hipótese ficou conhecida como “Planeta X” e despertou o interesse de diversos astrônomos ao longo dos anos.
No início do século XX, o astrônomo Percival Lowell iniciou uma busca intensa pelo Planeta X, baseado em supostas irregularidades nas órbitas de Netuno e Urano.
Sua dedicação resultou na descoberta de Plutão em 1930, mas logo ele percebeu que esse planeta anão era pequeno demais para afetar gravitacionalmente a órbita de Netuno.
Atualmente, os astrônomos consideram a proposta do Planeta X uma hipótese desacreditada.
No entanto, isso não significa que a busca por planetas além de Netuno tenha sido abandonada.
De fato, uma nova pesquisa sugere que tais planetas podem existir, mas em uma localização muito mais distante do que se pensava (RAYMOND, 2023).
Seguindo esta nova abordagem, uma equipe internacional de pesquisadores realizou simulações das complexas interações gravitacionais que ocorreram no início do sistema solar.
Essas simulações indicaram que é possível que um ou mais corpos do tamanho de planetas tenham sido lançados para a chamada nuvem de Oort.
Essa nuvem é uma vasta coleção de objetos gelados que se estende por bilhões de milhas nas órbitas mais externas do Sistema Solar.
De acordo com os pesquisadores, existe uma chance de cerca de 0,5% de que um planeta tenha se formado em nosso próprio sistema solar, e depois, tenha sido lançado para a nuvem de Oort por interações gravitacionais.
No entanto, os pesquisadores descobriram algo novo e intrigante.
De acordo com a simulação, a probabilidade de que um planeta errante, vindo de outro sistema planetário, semelhante a Netuno, tenha sido capturado pela gravidade do Sol, e encontrado um lugar na nuvem Oort é de aproximadamente 7%!
Essa descoberta traz uma nova perspectiva para a existência de um possível Planeta X.
Acredita-se que ele possa estar lá fora, além de Netuno, porém, muito distante para influenciar a órbita deste planeta.
No entanto, é importante ressaltar que a nuvem de Oort é composta principalmente por objetos gelados de menor tamanho, que não emitem luz.
Apesar dos avanços científicos e das simulações computacionais, ainda há muito mistério sobre o que realmente existe nessa região além de Netuno.
A vastidão do espaço e a distância entre os objetos tornam a exploração direta extremamente difícil.
Portanto, por enquanto, a busca por um Planeta X continua sendo um desafio fascinante para os astrônomos, mas, ao que tudo indica, apenas as futuras gerações de pesquisadores poderão revelar os segredos ocultos nas profundezas do nosso sistema solar.
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Referências
RAYMOND, Sean N.; IZIDORO, Andre; KAIB, Nathan A. Oort cloud (exo) planets. Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters, v. 524, n. 1, p. L72-L77, 2023 Disponível em: <link>. Acesso em: 28 jun 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Planeta alienígena oculto pode ter sido capturado na borda do Sistema Solar. Ciência Mundo, jun 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.