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Piranhas cercam 8 turistas em resort na Amazônia e atacam suas pernas

Os banhistas entraram em um local de alimentação de peixes que “confundiram” suas pernas com comida. Especialistas explicam o que aconteceu.

Piranhas cercam 8 turistas em resort na Amazônia e atacam suas pernas - Cardume piranhas.

Imagem: Ciência Mundo Art

No dia 1º de maio, um grupo de banhistas em um resort em Manaus, capital do estado do Amazonas, foi atacado por um cardume de piranhas

Pelo menos oito pessoas ficaram feridas, sendo que algumas delas precisaram de pontos para fechar as lesões causadas pelas mordidas dos peixes.

Apesar da notícia, especialistas explicam que o comportamento das piranhas é muitas vezes mal compreendido e cercado de mitos, o que pode causar medo e pânico desnecessários. 

Para entender o que aconteceu no incidente de Tarumã-Açu, é preciso conhecer um pouco mais sobre esses animais.

As piranhas são peixes carnívoros que se alimentam de outros peixes, crustáceos e outros animais aquáticos. 

Existem mais de 30 espécies diferentes de piranhas, que variam em tamanho, cor e comportamento. 

A maioria das espécies de piranhas é inofensiva para os seres humanos, e as espécies que podem representar uma ameaça são geralmente encontradas em rios e lagos isolados.

Os especialistas acreditam que o ataque em Tarumã-Açu foi um caso de “identidade equivocada”, no qual as piranhas confundiram os pés dos banhistas com comida. 

Isso ocorre porque alguns restaurantes locais costumam jogar restos de comida no rio, atraindo as piranhas para a área.

“Piranhas não atacam humanos sem provocação”, diz Steve Huskey, professor de biologia na Universidade de Western Kentucky. 

“O que aconteceu foi que as piranhas se acostumaram com a comida gratuita dos restaurantes e essas mordidas foram uma identidade equivocada, assim como normalmente ocorre com os ataques de tubarão”.

Embora as piranhas tenham uma mordida muito forte, elas geralmente não representam uma ameaça para os seres humanos. 

Na verdade, muitas espécies de piranhas são inofensivas e algumas até se alimentam exclusivamente de frutas, insetos e vegetais. 

Além disso, muitas piranhas são necrófagas, o que significa que se alimentam apenas de animais mortos.

No entanto, a presença de banhistas em um local de alimentação pode levar a confusão e agressão. 

“Alimentar as piranhas em um ambiente turístico fortalece seus comportamentos naturais de se reunir em cardumes para comer”, diz Mark Sabaj Perez, ictiólogo da Academia de Ciências Naturais da Universidade Drexel, em Filadélfia.

Uma única piranha que tenha confundido um pé com comida pode ter desencadeado o frenesi alimentar

Uma vez que a alimentação começa, as piranhas atacam rapidamente, mordendo suas presas em alta velocidade para evitar serem mordidas por outros indivíduos.

As piranhas são importantes para os ecossistemas aquáticos, pois ajudam a controlar a população de outros peixes e animais aquáticos, mantendo o equilíbrio ecológico. 

Além disso, as piranhas têm sido estudadas por cientistas por décadas, e seus comportamentos sociais e de alimentação são bastante complexos.

Os especialistas afirmam que a melhor forma de evitar ataques de piranhas é não alimentá-las, não nadar em áreas onde haja alimentação de peixes e evitar nadar em locais desconhecidos ou isolados. 

É importante entender que, assim como os humanos, os animais também têm seus comportamentos naturais, e é nossa responsabilidade conviver com eles de forma pacífica e sustentável.

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Notícias

Piranhas swarm 8 tourists at Brazilian resort, leaving them with bloody legs and feet. Live Science, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 15 maio 2023.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. Piranhas cercam 8 turistas em resort na Amazônia e atacam suas pernas. Ciência Mundo, maio 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.