Um estudo recente revelou uma notável semelhança na estrutura química das penas de dinossauros há 125 milhões de anos e as penas de aves modernas (SLATER, 2023).
Esse trabalho pode trazer novas perspectivas sobre a evolução das penas ao longo de um vasto período de tempo.
Os paleontólogos conduziram o estudo examinando penas de três espécies antigas: (1) um dinossauro não aviano chamado Sinornithosaurus, datado de 125 milhões de anos, encontrado na China; (2) um pássaro primitivo conhecido como Confuciusornis, também com 125 milhões de anos e originário da China; (3) e uma espécie não especificada que viveu há 50 milhões de anos na Formação Green River, em Wyoming.
As análises envolveram o uso de raios-X e luz infravermelha nos fósseis.
Surpreendentemente, os pesquisadores detectaram traços de corneous beta-proteins (CBPs), nas penas desses animais antigos.
Essas proteínas são essenciais para fortalecer as penas das aves modernas, tornando-as adequadas para o voo.
O que mais chamou a atenção foi a constatação de que as penas de aves modernas, como os pássaros-zebra, compartilham uma estrutura química notavelmente similar com as penas dos dinossauros antigos.
Essa descoberta desafia a ideia que os cientistas tinham sobre a composição proteica das penas antigas.
Antes deste estudo, acreditava-se que as penas dos animais antigos eram predominantemente compostas por proteínas alfa, que não são tão resistentes quanto as CBPs.
No entanto, a análise revelou que as penas antigas eram principalmente compostas por CBPs e que essas proteínas se transformaram em proteínas alfa durante o processo de fossilização.
Essa descoberta tem implicações significativas para nossa compreensão da evolução das penas, pois estende consideravelmente o tempo em que a composição de penas semelhantes às das aves modernas estava presente na Terra.
Ou seja, a química das penas modernas, como as encontradas em pássaros atuais, demonstra ser muito mais antiga do que se pensava anteriormente.
É importante ressaltar que essa pesquisa não apenas lança luz sobre a composição das penas de dinossauros, mas também demonstra que as proteínas podem permanecer preservadas no registro fóssil por um período extraordinariamente longo, superior a 125 milhões de anos.
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Referências
SLATER, Tiffany S. et al. Preservation of corneous β-proteins in Mesozoic feathers. Nature Ecology & Evolution, p. 1-8, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 30 set 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Penas de dinossauros de 125 milhões de anos eram semelhantes às de pássaros modernos, revela análise. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.