A antimatéria é uma forma de matéria composta por antipartículas, que são a contraparte das partículas de matéria que conhecemos.
Enquanto a matéria é formada de átomos compostos por partículas como elétrons, prótons e nêutrons, a antimatéria é formada de antiátomos compostos por antipartículas como pósitrons, antiprótons e antinêutrons, respectivamente.
Isso significa, que cada átomo de matéria tem um antiátomo correspondente com carga elétrica oposta.
Por exemplo, o hidrogênio tem uma contraparte chamada anti-hidrogênio.
Quando uma partícula de matéria encontra sua antipartícula correspondente, ocorre uma aniquilação, resultando na conversão completa de ambas em energia.
A antimatéria é extremamente rara no Universo observável e sua quantidade é minúscula em comparação com a matéria comum.
Como produzir antimatéria?
A produção de antimatéria é um processo complexo e desafiador que requer tecnologias avançadas e instalações especializadas em física de partículas.
Atualmente, o método mais comum de produzir antimatéria envolve aceleradores de partículas, como o Large Hadron Collider (LHC) no CERN, na Suíça.
Nesses aceleradores, partículas subatômicas, como prótons, são aceleradas a altas velocidades e, em seguida, colidem com alvos sólidos ou alvos de gás.
Essas colisões de alta energia podem criar antipartículas, como antiprótons ou pósitrons, a partir da conversão de energia em matéria-antimatéria.
Além dos aceleradores, alguns tipos de partículas subatômicas instáveis, como os mésons B, podem decair espontaneamente em partículas de antimatéria.
Isso ocorre naturalmente como parte do comportamento dessas partículas e pode ser observado em experimentos de física de partículas.
Uma fonte menos comum de antimatéria é a produção em reatores nucleares.
Alguns reatores são capazes de gerar pequenas quantidades de antinêutrons como subproduto de reações nucleares.
No entanto, essa produção é muito limitada em escala.
Como armazenar e manipular a antimatéria?
Uma vez produzidas, as antipartículas precisam ser cuidadosamente manipuladas e armazenadas, pois se elas entrarem em contato com a matéria comum se aniquilarão se não forem devidamente isoladas.
Isso é feito usando campos magnéticos para confinar e resfriar as antipartículas em armadilhas magnéticas.
Após a produção e armazenamento, as antipartículas podem ser estudadas para entender melhor suas propriedades e comportamentos.
As técnicas de armazenamento e isolamento são fundamentais para os pesquisadores poderem explorar as potenciais aplicações da antimatéria.
Para que serve a antimatéria?
A pesquisa em antimatéria é uma área de estudo fascinante da física, com potenciais aplicações para a humanidade, tais como:
- Propulsão Espacial Avançada: A aniquilação controlada de antimatéria com matéria pode gerar uma quantidade massiva de energia, possibilitando viagens espaciais a velocidades próximas à da luz.
- Fonte de Energia Eficiente: A aniquilação de antimatéria libera energia de forma altamente eficiente, o que poderia ser explorado como uma fonte de energia futura, embora atualmente seja tecnologicamente desafiador.
- Medicina: A antimatéria pode ser usada em imagens médicas avançadas para diagnósticos mais precisos e tratamentos de câncer.
- Física de Partículas: A pesquisa com antimatéria ajuda a entender melhor o universo e as leis fundamentais da física.
- Teste de Teorias Físicas: A antimatéria é usada para testar teorias como a simetria CPT (carga, paridade, tempo) na física de partículas.
Conclusão
A antimatéria é uma das áreas mais fascinantes e misteriosas da física moderna.
Ela nos desafia a entender melhor as leis fundamentais do universo e pode ter aplicações revolucionárias no futuro.
Embora a antimatéria ainda esteja longe de ser uma fonte prática de energia ou matéria-prima, a pesquisa contínua nesse campo poderia abrir portas para descobertas incríveis e revolucionar nossa compreensão do cosmos.
À medida que a ciência avança, a antimatéria continuará a ser um campo emocionante e cheio de potencial para exploração.
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Referências
ANDERSON, E. K.et al. Observation of the effect of gravity on the motion of antimatter. Nature, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 27 set 2023.
CLOSE, Frank. Antimatter. Oxford University Press, USA, 2018. Disponível em: <link>. Acesso em: 20 set 2023.
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Cite-nos
SANTOS, Fábio. O que é antimatéria?. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.