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“Nuvens arco-íris” raras iluminam os céus do Ártico por 3 dias consecutivos

Pesquisadores investigam se essas raras nuvens estratosféricas polares (ou nuvens arco-íris) tem alguma ligação com as mudanças climáticas.

“Nuvens arco-íris” raras iluminam os céus do Ártico por 3 dias consecutivos -

Imagem: Nuvens arco-íris avistadas no Ártico há dias - Ramunė Šapailaitė

Nos últimos dias, na região do Círculo Polar Ártico, um fenômeno atmosférico incomum tem chamado a atenção de observadores e entusiastas do clima. 

Trata-se das chamadas nuvens estratosféricas polares (ou PSCs, na sigla em inglês), mais conhecidas pelo público em geral como “nuvens arco-íris“. 

Este fenômeno, embora espetacular visualmente, está longe de ser motivo de celebração, pois sua ocorrência está relacionada a alterações atmosféricas.

As nuvens arco-íris vibrantes ficam mais visíveis pouco antes do pôr do sol.
Imagem: Ramunė Šapailaitė.

As PSCs são formações de nuvens que ocorrem na estratosfera, entre 15 e 25 quilômetros acima da superfície terrestre. 

Essas nuvens são compostas por minúsculos cristais de gelo que, em condições específicas, refletem a luz solar, resultando em um espetáculo de cores no céu. 

Existem dois tipos principais de PSCs: Tipo I, que contêm uma mistura de cristais de gelo e ácido nítrico, estão relacionadas à formação de buracos na camada de ozônio e produzem cores mais tímidas; e Tipo II, compostas por cristais de gelo puro, e que produzem cores mais vibrantes.

As nuvens recentemente avistadas sobre o Ártico foram identificadas como do Tipo II.

O surgimento dessas nuvens coloridas está relacionado a uma prolongada onda de frio na atmosfera superior. 

Temperaturas excepcionalmente baixas, abaixo de -85 graus Celsius, permitiram que moléculas de água, normalmente dispersas, se unissem formando minúsculos cristais de gelo que, por sua vez, constituíram as nuvens estratosféricas. 

Esse fenômeno é raro devido às condições climáticas extremas necessárias para sua formação.

Entre os dias 18 e 20 de dezembro, as PSCs foram avistadas sobre partes da Noruega, Suécia, Finlândia, Alasca e até mesmo na Escócia. 

Apesar de sua beleza visual, a formação de PSCs está associada a condições atmosféricas que merecem atenção científica. 

Essas nuvens se formam em altitudes incomuns, onde a atmosfera é tipicamente muito seca para a formação de nuvens convencionais. 

A relação entre o surgimento dessas nuvens e eventos climáticos mais amplos, como o atual El Niño, é objeto de estudo para entender melhor as condições que favorecem esse fenômeno.

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Referências

An Outbreak of Polar Stratospheric Clouds. spaceweatherarchive.com, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 3 dez 2023.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. “Nuvens arco-íris” raras iluminam os céus do Ártico por 3 dias consecutivos. Ciência Mundo, dez 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.