Astrônomos conseguiram capturar, pela primeira vez, a fraca luz produzida pelas ligações da misteriosa teia cósmica que interconecta as galáxias do Universo (UMARTIN, 2023).
Essa conquista oferece uma nova perspectiva sobre essa gigantesca estrutura do Cosmos e pode fornecer informações cruciais sobre a formação e a evolução das galáxias, bem como a distribuição da matéria escura.
A teia cósmica é uma complexa rede de filamentos de matéria escura e gás que conecta as galáxias em todo o Universo.
Ela desempenha um papel importante no fornecimento e “canalização” de gás às galáxias, o que é essencial para a formação de novas estrelas.
Compreender essa estrutura é fundamental para o nosso entendimento da cosmologia e da formação das galáxias.
Até recentemente, a observação direta da teia cósmica era um desafio devido à sua fraca luminosidade e à interferência de fontes de luz próximas.
Para superar essas limitações, os astrônomos utilizaram o Keck Cosmic Web Imager, um instrumento localizado no Observatório Keck, no Havaí.
Este instrumento foi projetado para detectar emissões tênues de hidrogênio, o principal componente da teia cósmica.
A equipe registrou imagens de duas áreas do céu onde a teia cósmica estava prevista em diferentes distâncias.
Em seguida, eles foram substituindo a luz de fundo das imagens, isolando assim a estrutura filamentar da teia cósmica em cada registro.
O resultado foi a criação de um mapa tridimensional da teia cósmica, que permitiu que os astrônomos observassem diretamente esses filamentos intergalácticos em profundidade (veja animação da Caltech abaixo).
Essa abordagem representa um avanço notável, pois anteriormente a teia cósmica era estudada de maneira indireta, usando fontes distantes de luz, como quasares ou galáxias jovens.
A observação direta da teia cósmica oferece uma série de benefícios para a pesquisa astronômica.
Ela fornece uma nova ferramenta para estudar as estruturas em grande escala do Universo e pode ajudar a responder a perguntas fundamentais sobre a formação e a evolução das galáxias.
Essa pesquisa pode ter implicações na compreensão da matéria escura, que está intrinsecamente ligada à estrutura da teia cósmica, e observações diretas como essa podem ajudar a mapear sua presença no Universo.
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Referências
UMARTIN, D. Christopher et al. Extensive diffuse Lyman-α emission correlated with cosmic structure. Nature Astronomy, p. 1-12, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 6 out 2023.
Notícias
Cosmic Web Lights Up In The Darkness Of Space. keckobservatory.org, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 6 out 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Luz da teia cósmica que conecta as galáxias é observada pela primeira vez. Ciência Mundo, out 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.