Um novo estudo sugere que uma explosão cósmica observada recentemente é a evidência de um tipo inédito de morte estelar.
Essa explosão de raios gama foi detectada há quatro anos em uma galáxia distante e foi provavelmente gerada por uma colisão entre duas estrelas ou remanescentes estelares.
As explosões de raios gama produzem os feixes concentrados de luz mais poderosos do Universo, emitindo mais energia em poucos segundos do que o nosso sol produzirá durante toda a sua existência.
Existem dois tipos de explosões de raios gama: as curtas, que duram até dois segundos, e as longas, que podem se estender por vários minutos.
Acredita-se que as explosões curtas sejam o resultado da fusão de estrelas de nêutrons, enquanto as longas sejam geradas por explosões de supernovas de estrelas massivas, com pelo menos 10 vezes a massa do sol.
A explosão de raios gama GRB 191019A, que durou pouco mais de um minuto, foi detectada pelo Observatório Neil Gehrels Swift, da NASA, em outubro de 2019.
Localizado em uma galáxia a aproximadamente 3,4 bilhões de anos-luz da Terra, o GRB 191019A despertou o interesse dos pesquisadores, que buscavam compreender a causa dessa explosão.
Um estudo liderado pelo astrônomo Andrew Levan, da Universidade Radboud, revelou que o GRB 191019A não foi resultado do colapso de uma estrela massiva, como normalmente ocorre em explosões de supernovas (LEVAN, 2023).
Em vez disso, as evidências apontam para uma fusão entre dois objetos compactos, como estrelas de nêutrons ou buracos negros.
A descoberta do GRB 191019A indica uma nova forma de morte estelar, que ocorre em regiões densas do universo.
Segundo a equipe de pesquisa, essas colisões podem ocorrer em áreas de grande densidade populacional estelar, onde milhões de estrelas estão próximas umas das outras, influenciadas pela gravidade de um buraco negro supermassivo.
Essa região é provavelmente muito agitada devido à gravidade do buraco negro, que provoca colisões aleatórias que podem desencadear explosões cósmicas de grande magnitude.
A equipe de pesquisa agora está tentando encontrar e caracterizar mais eventos como o GRB 191019A, buscando observações que combinem dados de luz visível com detecções de ondas gravitacionais.
Essas observações proporcionariam uma compreensão mais profunda dessas explosões cósmicas enigmáticas.
De qualquer forma, essa descoberta contribui para o nosso entendimento das diversas formas de como as estrelas podem finalizar suas vidas.
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Referências
LEVAN, Andrew J. et al. A long-duration gamma-ray burst of dynamical origin from the nucleus of an ancient galaxy. arXiv preprint arXiv:2303.12912, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 25 jun 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Explosão cósmica poderosa revela um novo tipo de morte estelar. Ciência Mundo, jun 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.