Cientistas recentemente descobriram os fósseis completos mais antigos de morcegos encontrados até agora, que viveram há impressionantes 52 milhões de anos.
Os fósseis foram encontrados em Wyoming, nos Estados Unidos, na Formação do Rio Verde, e pertencem a uma espécie de morcego nunca antes vista.
A descoberta foi publicada em um estudo na revista PLOS One e está fornecendo novos insights sobre a evolução desses animais fascinantes (RIETBERGEN, 2023).
Os fósseis, que foram encontrados em uma região conhecida por preservar bem restos biológicos, são notáveis por sua incrível preservação.
Os esqueletos de morcegos foram encontrados praticamente completos e em excelente estado, o que permitiu aos cientistas estudarem detalhadamente essa espécie primitiva de morcego.
Os fósseis são menores do que a espécie de morcego mais próxima conhecida, chamada Icaronycteris index, e poderiam caber facilmente na palma da mão com as asas fechadas.
A nova espécie de morcego foi nomeada de Icaronycteris gunnelli em homenagem ao falecido biólogo de morcegos Greg Gunnell.
Os pesquisadores compararam os fósseis com outros morcegos do Eoceno, uma época geológica que ocorreu entre 56 e 36 milhões de anos atrás, para determinar sua posição na árvore genealógica dos morcegos primitivos.
A descoberta desses morcegos primitivos está redefinindo a compreensão dos cientistas sobre a evolução desses animais.
Antes dessa descoberta, os morcegos mais antigos conhecidos eram fósseis de Icaronycteris index e outra espécie chamada Onychonycteris finneyi, ambos também encontrados na Formação do Rio Verde em Wyoming.
No entanto, os fósseis de I. gunnelli são mais antigos, o que indica que a diversidade de morcegos primitivos no início do Eoceno pode ter sido maior do que se pensava.
Os pesquisadores acreditam que a descoberta de I. gunnelli pode fornecer insights valiosos sobre as adaptações evolutivas dos morcegos primitivos.
A análise dos fósseis sugere que esses morcegos primitivos pesavam entre 22,5 a 28,9 gramas, o que é semelhante ao peso de I. index, porém um pouco menor.
No entanto, a diferença entre o peso reconstruído e a envergadura das asas pode ser devida à deformação dos ossos durante o processo de fossilização.
Embora a descoberta de I. gunnelli seja empolgante, os cientistas ainda têm muitas perguntas sem respostas.
Ainda são necessárias mais descobertas de fósseis de morcegos dessa época para compreender completamente a evolução e adaptações desses animais ao longo do tempo.
Os morcegos são animais fascinantes que desempenham um papel importante nos ecossistemas como polinizadores, controladores de populações de insetos e como fonte de alimento para outros animais.
Compreender a evolução dos morcegos é fundamental para entender a biodiversidade e a história da vida na Terra.
Além disso, a descoberta de morcegos primitivos também pode ter implicações para a compreensão da evolução dos mamíferos como um todo.
Os morcegos são considerados parentes próximos dos primatas, incluindo os seres humanos, e estudar sua evolução pode fornecer insights sobre a origem e a diversificação dos mamíferos ao longo do tempo geológico.
À medida que mais pesquisas são conduzidas e mais fósseis são descobertos, espera-se que nossa compreensão sobre a evolução dos morcegos e outros animais primitivos continue a se aprofundar.
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Referências
RIETBERGEN, Tim B. The oldest known bat skeletons and their implications for Eocene chiropteran diversification. PLOS One, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 13 abr 2023.
Notícias
52 million-year-old bat skeleton is the oldest ever found and belongs to a never-before-seen species. Live Sciece, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 13 abr 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Esqueletos de morcegos recém-descobertos são os mais antigos já registrados. Ciência Mundo, abr 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.