Dormir junto com o parceiro ou optar por dormir em camas separadas?
Essa é uma questão que gera debates sobre os benefícios para a saúde e o relacionamento.
O termo “divórcio do sono” é utilizado para descrever a prática de casais que escolhem dormir em quartos ou camas separadas.
Embora possa parecer incomum, pesquisas recentes revelam que essa prática está se tornando mais comum.
De acordo com uma pesquisa da Sleep Foundation realizada em 2023 nos Estados Unidos, 1,4% dos entrevistados afirmaram que dormem separados de seus parceiros há um ano ou mais.
Surpreendentemente, mais da metade dessas pessoas (52,9%) relataram que dormir sozinhos melhorou a qualidade do sono.
No entanto, cerca de 25,7% dos entrevistados que experimentaram dormir separadamente voltaram a compartilhar a cama com seus parceiros.
Para alguns casais, a falta de proximidade e a saudade do parceiro foram motivos para abandonar o “divórcio do sono”.
Outra pesquisa encomendada pelo New York Times, realizada em 2023 com 2.200 adultos nos Estados Unidos, revelou que um em cada cinco casais dorme em quartos separados pelo menos parte do tempo.
Essa tendência sugere que mais pessoas estão dispostas a experimentar dormir separadamente em busca de uma melhor qualidade de sono.
A pesquisa do New York Times indica que os casais que adotam essa abordagem o fazem por diversos motivos, como conflitos de horários, necessidade de espaço pessoal, uso excessivo de dispositivos eletrônicos à noite e ronco.
No entanto, é importante ressaltar que o termo “divórcio do sono” pode ser um tanto quanto negativo para descrever essa prática.
Isso porque, existem também estudos que apontam benefícios para os casais que dormem juntos.
Um estudo realizado em 2020 com 12 casais saudáveis heterossexuais revelou que o sono em conjunto resultou em 10% a mais de sono de Movimento Rápido dos Olhos (REM), que é considerado o sono mais profundo e restaurador, essencial para a consolidação da memória e regulação emocional (DREWS, 2020).
Outro estudo de 2022, que envolveu 1.000 participantes, mostrou que dormir na mesma cama que o parceiro está associado a mais horas de sono durante a noite, menos fadiga no dia seguinte e um tempo de adormecimento mais curto (FUENTES, 2023).
Por isso, independentemente de escolherem dormir juntos ou separados, é importante destacar que a qualidade do sono, que pode ser afetada por diversos outros fatores, é essencial para a saúde física e mental.
Um sono regular e sem interrupções é fundamental para a produtividade, concentração e redução do risco de doenças a longo prazo.
Em última análise, a decisão de dormir junto ou separado deve ser baseada nas necessidades individuais e no que funciona melhor para cada casal.
Não há uma resposta única ou universalmente correta.
O importante é garantir um sono de qualidade para promover o bem-estar geral.
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Referências
DREWS, Henning Johannes et al. Bed-sharing in couples is associated with increased and stabilized REM sleep and sleep-stage synchronization. Frontiers in psychiatry, p. 583, 2020. Disponível em: <link>. Acesso em: 26 jun 2023.
FUENTES, Brandon et al. 0010 Bed Sharing Versus Sleeping Alone Associated with Sleep Health and Mental Health. Sleep, v. 45, n. Supplement_1, p. A4-A4, 2022. Disponível em: <link>. Acesso em: 26 jun 2023.
Fewer Than 2% Of Adults Are in a Sleep Divorce. But Do They Sleep Better? Sleep Foundation, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 26 jun 2023.
I Love You, but I Don’t Want to Sleep With You. The New York Times, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 26 jun 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Divórcio do sono — os casais realmente dormem melhor separados?. Ciência Mundo, jun 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.