Recentemente, um ovo de dinossauro do gênero Titanosaurus foi descoberto em uma coleção de minerais de 135 anos.
O ovo fossilizado foi encontrado dentro de um cristal de ágata que ficou guardado na coleção do Museu de História Natural de Londres por mais de um século.
A descoberta foi feita por Robin Hansen, curador de minerais do museu.
O ovo, com 67 milhões de anos, veio de uma planície vulcânica no centro da Índia.
Os pesquisadores acreditam que o ninho de dinossauros foi soterrado por lava pouco depois de o ovo ter sido posto.
O embrião se deteriorou, mas as camadas de rocha vulcânica solidificada preservaram a casca.
Ao longo dos anos, a água rica em sílica penetrou na casca e se cristalizou formando um mineral rosa claro e branco de ágata.
O cristal com o ovo de dinossauro foi encontrado por Charles Fraser enquanto ele morava na Índia entre 1817 e 1843.
Em 1883, o Museu de História Natural do Reino Unido o catalogou como ágata.
Mais de um século depois, em 2018, foi exposto no museu e atraiu a atenção de Hansen devido à sua forma quase perfeitamente esférica e a marcação de dois objetos redondos em sua superfície.
Os paleontólogos tentaram escanear o espécime para confirmar sua origem, mas a densidade da ágata obstruiu os detalhes mais finos.
Eles estão confiantes de que é um ovo de titanossauro, em parte porque esses dinossauros gigantes eram os mais comuns na Índia durante o final do período Cretáceo (100 milhões a 66 milhões de anos atrás).
No início deste ano, os cientistas descobriram um número impressionante de ninhos de titanossauros na Índia, 3 milhões de anos mais velhos que o ovo recém-descrito (DHIMAN, 2023).
Os titanossauros eram os maiores dinossauros do mundo, podendo chegar a 37,5 metros de comprimento e pesar até 70 toneladas.
No entanto, eles colocavam ovos relativamente pequenos, com diâmetro variando entre 12 e 15 cm, o que é consistente com o ovo encontrado dentro do cristal de ágata.
Os titanossauros provavelmente não chocavam seus ovos, mas os cobriam com vegetação ou solo para ajudar na incubação, seguindo uma estratégia reprodutiva semelhante à de tartarugas marinhas e crocodilos.
Na Índia, eles podem ter aproveitado o ambiente vulcânico para manter seus ovos aquecidos até que eclodissem.
Segundo os paleontólogos, este é um exemplo raro e incomum de um ovo fossilizado que foi preservado por milhões de anos e, em seguida, cristalizado em um mineral valioso.
Essa descoberta é importante porque aumenta nosso conhecimento sobre a biologia e comportamento reprodutivo dos titanossauros, evidenciando, inclusive, suas estratégias reprodutivas.
Além disso, o achado também mostra que a Índia pode ter sido um local de grande diversidade de dinossauros durante o período Cretáceo.
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Referências
DHIMAN, Harsha et al. New Late Cretaceous titanosaur sauropod dinosaur egg clutches from lower Narmada valley, India: Palaeobiology and taphonomy. PloS one, v. 18, n. 1, p. e0278242, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 9 abr 2023.
Notícias
Ancient crystal-filled rock has been hiding dinosaur secret for 140 years. Live Science, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 9 abr 2023.
The first known dinosaur egg? A new discovery from the Museum’s collection. London Natural History Museum, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 9 abr 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Cristal antigo esconde ovo de dinossauro há 67 milhões de anos. Ciência Mundo, abr 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.