O evento de extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno (conhecido pela sigla K-Pg) há 66 milhões de anos, causado pelo impacto de um asteroide na Península de Yucatán, teve consequências significativas na biodiversidade da Terra.
Embora tenha levado à extinção de três quartos das espécies, incluindo todos os dinossauros não avianos, as plantas com flores – também conhecidas como angiospermas – foram notavelmente resilientes a essa catástrofe.
Um estudo recente, publicado no jornal Biology Letters, revela que as angiospermas conseguiram sobreviver e prosperar após o evento K-Pg (THOMPSON, 2023).
Os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos para analisar a taxa de extinção das plantas com flores ao longo do tempo, concluindo que, embora algumas espécies tenham desaparecido, as famílias maiores permaneceram intactas.
A dificuldade em identificar plantas com flores nos registros fósseis reside no fato de que a maioria dos achados consiste em folhas isoladas que não estão ligadas a outras partes da planta.
Portanto, embora haja evidências de extinções de angiospermas após o impacto do asteroide, não se observou um declínio generalizado como ocorreu com outros grupos de organismos.
A capacidade de adaptação das angiospermas desempenhou um papel fundamental em sua sobrevivência.
Essas plantas utilizam uma variedade de mecanismos de dispersão de sementes e polinização, o que aumenta suas chances de colonizar diferentes ambientes.
Além disso, algumas angiospermas duplicaram seus genomas inteiros, enquanto outras desenvolveram novas estratégias de fotossíntese.
É importante destacar que a maioria das famílias de plantas com flores que existem hoje já estava presente antes do evento K-Pg.
Isso significa que os ancestrais das orquídeas, magnólias e hortelã conviveram com os dinossauros e sobreviveram ao evento de extinção.
O estudo conclui que as angiospermas desempenharam um papel fundamental na recuperação e na diversificação da flora terrestre após o evento K-Pg.
Sua habilidade de se adaptar a novos ambientes e condições foi um fator-chave para sua sobrevivência e subsequente prosperidade.
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Referências
THOMPSON, Jamie B.; RAMÍREZ-BARAHONA, Santiago. No phylogenetic evidence for angiosperm mass extinction at the Cretaceous–Palaeogene (K-Pg) boundary. Biology Letters, v. 19, n. 9, p. 20230314, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 19 set 2023.
Notícias
Fossilized Footprints. nps.gov, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 3 jun 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Asteroide que exterminou os dinossauros, não conseguiu eliminar as flores. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.