As capivaras são os maiores roedores do mundo e podem ser encontradas em vastas planícies, áreas úmidas e rios em toda a América do Sul.
Seu nome significa “comedores de capim” em tupi, idioma indígena do Brasil e de outras regiões da América do Sul.
No entanto, um estudo recente mostrou que as capivaras são muito mais flexíveis em sua dieta do que se pensava (MAGIOLI, 2023).
Além de se alimentarem de grama, os pesquisadores descobriram que elas também se alimentam de plantas da floresta.
Isso significa que as capivaras podem se adaptar a ambientes urbanos e áreas mais fragmentadas, onde a grama é menos abundante.
Esta flexibilidade alimentar pode ter ajudado as populações de capivaras a aumentar nas cidades e sobreviver com a presença humana.
O estudo analisou a dieta de 210 capivaras em 13 populações diferentes no Brasil, de áreas naturais e modificadas pela presença humana.
Algumas das populações viviam em áreas urbanas, enquanto outras viviam próximas a campos agrícolas.
O estudo descobriu que as capivaras que tinham acesso a plantações comiam mais grama, enquanto as que viviam em áreas urbanas com pouca grama comiam outras plantas disponíveis.
A flexibilidade alimentar pode ser uma vantagem para as capivaras, mas também pode trazer problemas, como aumento do contato com humanos e transmissão de doenças para humanos.
Embora as capivaras sejam frequentemente consideradas pragas por agricultores por comerem e danificarem as plantações, elas desempenham um papel importante no ecossistema.
Como herbívoros, elas ajudam a controlar o crescimento das plantas e são uma fonte de alimento para predadores naturais, como onças e pumas.
A falta de predadores naturais pode levar a um aumento descontrolado da população de capivaras, o que pode levar a problemas de saúde e segurança para as pessoas.
Reconectar as áreas fragmentadas pode ajudar a restaurar o equilíbrio ecológico e controlar a população de capivaras.
Segundo o pesquisador Marcelo Magioli, do Instituto Pró-Carnívoros no Brasil, isso pode permitir que os predadores naturais controlem a população de capivaras, diminuindo o contato com humanos e restaurando um equilíbrio ecológico.
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Referências
MAGIOLI, M. et al. Plasticity in resource use explains the persistence of the largest living rodent in anthropized environments. Journal of Zoology, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 3 abr 2023.
Notícias
Capybaras thrive, even near humans, because they’re not picky eaters. Science News, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 3 abr 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. As capivaras se espalharam, porque não são exigentes para comer. Ciência Mundo, abr 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.