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A vida alienígena pode evoluir a partir de elementos radicalmente diferentes

Compostos inorgânicos podem constituir uma forma de vida alienígena radicalmente diferente da nossa, sugere estudo.

A vida alienígena pode evoluir a partir de elementos radicalmente diferentes -

Imagem: Arte "química alienígena"por Ciência Mundo

A existência de vida extraterrestre é um dos enigmas mais intrigantes da ciência. 

Uma das questões fundamentais é se a vida alienígena poderia ser baseada em elementos radicalmente diferentes daqueles que sustentam a vida na Terra. 

Um recente estudo investigou essa possibilidade ao explorar um processo químico crucial para a vida na Terra, chamado autocatálise, porém no contexto de elementos que não são orgânicos (PENG, 2023).

A autocatálise é o processo pelo qual as reações químicas são auto-sustentáveis, produzindo moléculas que promovem a repetição dessas mesmas reações. 

É um conceito fundamental para a biologia, uma vez que a reprodução, uma característica central da vida, é um exemplo de autocatálise. 

Na Terra, a vida é conhecida por ser baseada em compostos orgânicos – moléculas compostas principalmente por carbono – mas que também incluem hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre. 

No entanto, cientistas têm especulado por muito tempo se a vida alienígena poderia se desenvolver com base em uma química completamente diferente. 

Um cenário sugerido é o uso do silício como uma estrutura básica para a vida em vez do carbono.

Os pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison buscaram reações de autocatálise além dos compostos orgânicos convencionais, explorando elementos que não são comuns em nossa biologia. 

Os cientistas identificaram o que chamam de ciclos de comproporcionamento, que podem gerar múltiplas cópias de uma molécula. 

Esses produtos são capazes de servir como matérias-primas para reiniciar seus próprios ciclos, resultando em autocatálise.

Surpreendentemente, os pesquisadores identificaram 270 ciclos diferentes de reações autocatalíticas, onde maioria não dependia de compostos orgânicos. 

Alguns eram baseados em elementos que são raros ou até mesmo ausentes na vida na Terra, como mercúrio ou o metal radioativo tório

Outros ciclos parecem ocorrer apenas em condições extremas de temperatura ou pressão.

Também foram encontrados quatro ciclos autocatalíticos envolvendo gases nobres, que normalmente não reagem quimicamente com outros elementos.

Isso sugere que a autocatálise pode ocorrer em elementos ainda mais inesperados do que se imaginava.

No entanto, vale ressaltar que apenas oito dos 270 ciclos eram relativamente complexos, com quatro ou mais reações, enquanto a maioria era simples, composta apenas por duas reações. 

Essa descoberta levanta novas questões intrigantes sobre a vida alienígena. 

Poderia a autocatálise em elementos incomuns ou mesmo em gases nobres sustentar formas de vida radicalmente diferentes daquelas que conhecemos na Terra? 

Embora ainda estejamos longe de responder essa pergunta, este estudo expande um pouco mais nosso conhecimento e compreensão das complexas possibilidades que o Universo pode conter.

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Referências

PENG, Zhen et al. An assessment of stoichiometric autocatalysis across element groups. 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 2 out 2023.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. A vida alienígena pode evoluir a partir de elementos radicalmente diferentes. Ciência Mundo, out 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.