Recentemente, astrônomos identificaram uma nebulosa de vento de pulsar peculiar, denominada Potoroo, situada a 33.000 anos-luz da Terra (LAZAREVIĆ, 2023).
Essa descoberta, realizada por meio do Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) da Austrália, o telescópio de rádio Parkes e o telescópio de rádio sul-africano MeerKAT, revela informações intrigantes sobre as complexas interações estelares no Universo.
A nebulosa Potoroo — batizada em homenagem a um pequeno marsupial australiano — destaca-se não apenas por sua distância e dimensões notáveis, mas também pelo comportamento singular de seu pulsar associado.
O pulsar em questão, designado PSR J1638–4713, é uma estrela de nêutrons que gira rapidamente, realizando cerca de 14 rotações a cada segundo.
Esse pulsar se originou da explosão de uma estrela massiva.
Quando a estrela esgota seu combustível para a fusão nuclear, o fluxo de energia que a sustentava contra a gravidade cessa.
O núcleo da estrela colapsa para uma extensão incrivelmente pequena de cerca de 12 milhas, criando uma estrela de nêutrons densa.
O pulsar emite radiação intensa, criando uma nebulosa de vento de pulsar à medida que sua poderosa emissão de partículas carregadas interage com o material previamente ejetado durante a explosão de supernova da estrela progenitora.
Essa nebulosa, situada a 33.000 anos-luz de distância, revela-se única em sua forma, assemelhando-se a um cometa com um núcleo denso e uma cauda brilhante.
A equipe de pesquisa observou que a nebulosa Potoroo possui dimensões impressionantes, sendo 46 vezes mais larga que o nosso sistema solar.
Essa vastidão, entretanto, contrasta com sua idade relativamente jovem, estimada em apenas 24.000 anos.
Além disso, a forma da nebulosa indica que o pulsar está à frente da nebulosa de vento que impulsiona, criando uma estrutura em forma de arco conhecida como bow-shock.
A velocidade do pulsar, aproximadamente 2,2 milhões de milhas por hora, contribui para essa configuração peculiar, à medida que ele atravessa a matéria circundante.
A peculiaridade da nebulosa Potoroo não apenas cativa pelo seu aspecto visual, mas também oferece aos cientistas uma oportunidade única de estudar as interações entre pulsares e o meio interestelar.
A análise da luz emitida por essa nebulosa fornece dados cruciais sobre o comportamento das partículas em torno de estrelas de nêutrons, enriquecendo nosso entendimento dos ambientes turbulentos desses objetos cósmicos.
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Referências
LAZAREVIĆ, Sanja et al. Fast as Potoroo: Radio Continuum Detection of a Bow-Shock Pulsar Wind Nebula Powered by Pulsar J1638-4713. arXiv preprint arXiv:2312.06961, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 3 jan 2024.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Estrela “morta” bizarra cria ventos que alimentam uma nebulosa estelar. Ciência Mundo, jan 2024. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.