A relação entre a atividade física regular e a saúde do cérebro tem sido um campo fascinante de pesquisa científica.
Um estudo recente, conduzido por pesquisadores da Universidade Washington em St. Louis, traz descobertas importantes sobre como o exercício físico pode influenciar o tamanho de áreas específicas do cérebro associadas à memória e ao aprendizado (RAJI, 2023).
Os cientistas analisaram imagens de ressonância magnética cerebral de mais de 10.000 participantes, e revelaram uma ligação notável entre a atividade física regular e o aumento do volume cerebral em regiões críticas.
Surpreendentemente, os benefícios não exigem exercícios intensos ou prolongados, tornando-os mais acessíveis para um público mais amplo.
Os pesquisadores focaram sua atenção em áreas-chave do cérebro, incluindo o lobo frontal responsável pela tomada de decisões e o hipocampo, crucial para o armazenamento e manipulação de memórias.
Descobriu-se que aqueles que relataram se envolver regularmente em atividades físicas, como caminhada, corrida ou esportes, apresentavam volumes cerebrais maiores nessas regiões específicas.
Intensidade dos exercícios
O estudo desafia a ideia convencional de que a intensidade e a duração do exercício são os principais impulsionadores dos benefícios cerebrais.
Mesmo níveis moderados de atividade, como caminhar menos de 4.000 passos por dia, foram associados a efeitos positivos na saúde cerebral.
Esta descoberta sugere que metas mais realistas podem ser estabelecidas para incentivar a atividade física, ao invés de padrões frequentemente sugeridos, como caminhar 10.000 passos diários.
Relação entre volume cerebral e funções cognitivas
Embora o aumento do volume cerebral não seja uma garantia automática de melhoria na funcionalidade cognitiva, é considerado um indicador promissor de mudanças nas habilidades mentais.
A questão que permanece é como essas alterações no tamanho cerebral se traduzem em melhorias específicas na memória e no aprendizado.
A pesquisa levanta a hipótese de que a melhoria do fluxo sanguíneo, especialmente para o cérebro, desempenha um papel crucial.
Além disso, os níveis aumentados de certas proteínas associadas à saúde neuronal podem ser um elo essencial entre o exercício e a preservação do tecido cerebral.
Exercícios físicos e o envelhecimento
Os benefícios do exercício tornam-se particularmente significativos à medida que envelhecemos, quando a ameaça de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, aumenta.
Acredita-se que o aumento do volume cerebral possa desempenhar um papel vital na desaceleração do declínio cognitivo associado a essas condições.
Estudos anteriores também indicam uma correlação entre níveis mais elevados de atividade física e um menor risco de demência.
Embora essas associações não estabeleçam uma relação direta de causa e efeito, sugerem fortemente que a promoção da atividade física pode ser uma estratégia eficaz na preservação da saúde cerebral.
Conscientizando a população
Os pesquisadores enfatizam a importância de aumentar a conscientização sobre os benefícios do exercício e incentivam a prática contínua ao longo da vida.
Mesmo para aqueles que não conseguem atingir a meta de 10.000 passos por dia, os resultados indicam que o corpo e o cérebro ainda colhem recompensas significativas da atividade física regular.
Enquanto desvendamos os mistérios do cérebro, uma coisa torna-se cada vez mais clara: mover-se regularmente pode ser a chave para um cérebro mais saudável e resistente ao longo da vida.
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Referências
RAJI, C. et al. Exercise-Related Physical Activity Relates to Brain Volumes in 10,125 Individuals. IOS Pres, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 2 jan 2024.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Atividade física pode aumentar o tamanho do cérebro, revela estudo. Ciência Mundo, jan 2024. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.