Uma recente descoberta científica revelou a existência de uma nova espécie de tarântula na Tailândia, que foi batizada de Chilobrachys natanicharum (CHOMPHUPHUANG, 2023).
Essa aranha notável apresenta uma coloração azul elétrico que a distingue das demais espécies de tarântulas.
A Chilobrachys natanicharum foi encontrada em manguezais da Tailândia, um habitat até então não associado às tarântulas.
Sua existência em manguezais representa uma adaptação notável, já que essas tarântulas geralmente habitam árvores ocas em florestas úmidas.
Os cientistas explicam que a descoberta ressalta a necessidade de preservar essas áreas naturais, onde espécies únicas encontraram nichos ecológicos cruciais.
A aranha em questão já era conhecida no comércio de animais exóticos como a “Tarântula Azul Elétrico”, mas nunca havia sido formalmente descrita pela ciência.
O azul é uma cor escassa na natureza.
Flores e folhas azuis são excepcionalmente raras devido à dificuldade das plantas em produzir pigmento azul.
No entanto, essa cor pode ser observada em animais, especialmente em aves, peixes e insetos como borboletas, e também em várias espécies de tarântulas.
A pesquisa revelou que a coloração azul brilhante dessas tarântulas não é resultado de pigmentos, como nas rara flores azuis, mas sim de uma coloração estrutural, que ocorre devido à forma como estruturas microscópicas refletem a luz, produzindo tons de azul e violeta.
Essa descoberta é relativamente recente e ainda não se compreende completamente o motivo pelo qual várias espécies de tarântulas em diferentes partes do mundo apresentam essa mesma coloração azul vibrante.
Além da sua aparência peculiar, a Chilobrachys natanicharum demonstrou a capacidade de perceber a coloração azul de seus congêneres, sugerindo que essa característica desempenha um papel na comunicação entre as aranhas.
No entanto, a pesquisa não fornece detalhes conclusivos sobre essa função.
A importância dessa descoberta vai além da mera curiosidade científica.
Os manguezais, onde a Chilobrachys natanicharum foi encontrada, enfrentam sérios desafios de conservação devido ao desmatamento.
É fundamental que o público compreenda a relevância desse tipo de pesquisa taxonômica – a ciência que classifica e descreve novas espécies – para a preservação desses ambientes naturais e de seus habitantes únicos.
A capacidade de adaptação das tarântulas a diferentes habitats, como os manguezais, é notável e ressalta a complexidade da vida selvagem e sua capacidade de se ajustar às condições em mudança.
No entanto, a sobrevivência dessas espécies depende da preservação de seus habitats naturais.
À medida que exploramos e estudamos nosso mundo, é essencial que também nos comprometamos a conservá-lo, para que futuras gerações possam continuar a desfrutar da beleza e da complexidade das formas de vida que compartilham nosso planeta.
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Referências
CHOMPHUPHUANG, Narin et al. A new electric-blue tarantula species of the genus Chilobrachys Karsh, 1892 from Thailand (Araneae, Mygalomorphae, Theraphosidae). ZooKeys, v. 1180, p. 105-128, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 26 set 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Nova espécie de tarântula impressiona ao brilhar como uma joia azul elétrico. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.