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Ratos alimentados com aspartame tiveram descendentes com déficits de aprendizagem

Comportamentos ansiosos também foram observados, nos camundongos adultos que consumiram aspartame e nas gerações posteriores, segundo um estudo.

Ratos alimentados com aspartame tiveram descendentes com déficits de aprendizagem -

Imagem: Agência Senado em Flickr (CC BY 2.0).

O aspartame é um adoçante artificial comumente utilizado em produtos alimentícios e bebidas dietéticas. 

Recentemente, um estudo realizado por cientistas nos Estados Unidos levantou questões preocupantes sobre os potenciais efeitos do aspartame na saúde cognitiva, especialmente quando consumido em níveis mais baixos do que os considerados seguros pela Food and Drug Administration (FDA) (JONES, 2023).

Os pesquisadores conduziram experimentos com camundongos machos, alimentando-os com aspartame em doses equivalentes a 7 ou 15 por cento da ingestão diária máxima recomendada pela FDA para seres humanos. 

O objetivo era avaliar os impactos do aspartame em funções cognitivas, como aprendizado e memória. 

O que se descobriu foi surpreendente!

Os camundongos expostos ao aspartame demonstraram déficits significativos em tarefas de aprendizado espacial e memória de trabalho, independente da dose. 

Além disso, os filhotes desses camundongos também apresentaram desempenho inferior em testes cognitivos similares, sugerindo que os efeitos negativos do aspartame foram transmitidos para a prole.

Os pesquisadores também observaram comportamentos ansiosos em camundongos adultos que consumiram aspartame, bem como em suas gerações posteriores.

Essas descobertas ampliam a preocupação com os possíveis efeitos adversos do aspartame em diferentes aspectos da função cognitiva.

Na segunda parte do estudo, os pesquisadores tentaram avaliar como o aspartame afeta o cérebro. 

Os cientistas acreditam que as alterações na sinalização dos neurotransmissores, especialmente na amígdala, podem estar relacionadas aos déficits de aprendizado e memória observados. 

No entanto, ainda não está claro como exatamente o aspartame causa essas mudanças no cérebro.

Outro aspecto interessante da pesquisa é a sugestão de que mudanças epigenéticas no esperma podem ser um mecanismo para a transmissão dos efeitos negativos do aspartame para a prole. 

Isso significa que modificações no DNA podem desempenhar um papel na hereditariedade desses traços induzidos pelo aspartame.

No entanto, é fundamental lembrar que este estudo foi realizado em camundongos e não em seres humanos. 

Portanto, a aplicabilidade direta aos humanos ainda precisa ser estabelecida. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente desencorajou o uso de adoçantes artificiais, incluindo o aspartame, para perda de peso ou prevenção de doenças, com exceção das pessoas com diabetes. 

Isso baseia-se nas preocupações crescentes sobre os possíveis riscos à saúde associados a esses produtos.

Enquanto isso, o consumo de aspartame deve ser considerado com cautela, especialmente em níveis além dos considerados seguros pelas autoridades regulatórias.

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Referências

JONES, Sara K. et al. Learning and memory deficits produced by aspartame are heritable via the paternal lineage. Scientific Reports, v. 13, n. 1, p. 14326, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 21 set 2023.

Notícias

Fossilized Footprints. nps.gov, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 3 jun 2023.

Cite-nos

SANTOS, Fábio. Ratos alimentados com aspartame tiveram descendentes com déficits de aprendizagem. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.


Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.