Matéria escura é uma forma de matéria que compõe a maior parte da massa do Universo, mas não emite, absorve ou reflete luz, tornando-a invisível.
Ela é detectada apenas por seus efeitos gravitacionais nas galáxias e no cosmos, influenciando o movimento das estrelas e das galáxias.
A natureza exata da matéria escura ainda é desconhecida, e sua existência é uma das grandes questões não resolvidas na física e na cosmologia.
Já energia escura é uma forma de energia hipotética e misteriosa que existe no vazio do espaço e está acelerando a expansão do Universo.
Ela exerce uma força repulsiva, que impede a atração gravitacional de galáxias muito distantes entre si.
Assim como a matéria escura, a natureza exata da energia escura também é um enigma.
Um recente estudo realizado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa de Astronomia e Geofísica do Egito e da Universidade de Chiba no Japão, mostrou que a energia escura constitui cerca de 69% de tudo o que existe no Universo (ABDULLAH, 2023).
Os restantes 31% são destinados à matéria, que inclui tanto a matéria normal – ou seja, partículas e forças que compõem tudo o que podemos ver – quanto à misteriosa matéria escura – que é invisível, mas pode ser percebida por seus efeitos gravitacionais, que influenciam o movimento das estrelas e das galáxias.
Os cosmólogos acreditam que desses 31% de matéria, apenas 20% seja a matéria normal, e os restantes 80% sejam matéria escura.
Em contrapartida, a energia escura é mais uma força que impulsiona a expansão acelerada do Universo do que uma substância.
Essa expansão do Universo é um fenômeno crucial a ser compreendido pelos cientistas, e determinar a densidade das galáxias é fundamental nesse processo.
As abordagens mais tradicionais para medir a quantidade de energia escura envolvem a tediosa análise de aglomerados de galáxias.
Nessa estratégia, os cientistas usam a relação entre o número de galáxias em um aglomerado e sua massa para calcular as proporções de matéria e energia.
Como a maior parte da massa em aglomerados é fornecida pela matéria escura, medir diretamente sua massa é um desafio.
Os pesquisadores precisam determinar a massa dos aglomerados por meio de técnicas cuidadosas de análise, contando “manualmente” o número de galáxias em cada aglomerado.
Ao invés disso, os autores do atual trabalho adotaram uma nova abordagem, através de simulações numéricas para criar aglomerados de galáxias com diferentes proporções de energia escura e matéria.
As simulações que melhor se ajustaram aos aglomerados de galáxias observados resultaram em uma proporção de matéria de 31%, o que está em concordância com medidas anteriores sugeridas em outros trabalhos.
Segundo os pesquisadores, essa abordagem complementa outras técnicas de medição, como anisotropias da radiação cósmica de fundo, oscilações acústicas de bárions, supernovas do Tipo Ia e lentes gravitacionais, tornando-a uma ferramenta valiosa para a compreensão dos parâmetros cosmológicos.
Os autores acreditam que esses avanços na compreensão da composição do Universo nos aproximam cada vez mais de desvendar os segredos do cosmos e de como ele evoluiu ao longo do tempo.
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Referências
ABDULLAH, Mohamed H. et al. Constraining Cosmological Parameters Using the Cluster Mass–Richness Relation. The Astrophysical Journal, v. 955, n. 1, p. 26, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 20 set 2023.
Notícias
New Calculations Show Most of The Universe Is Made of Dark Energy. Science Alert, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 20 set 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. Novos cálculos mostram que a maior parte do Universo é feita de energia escura. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.