Nos últimos anos, cientistas e agências espaciais em todo o mundo, têm intensificado seus esforços para a exploração e colonização da Lua.
Recentemente, a NASA, em colaboração com a Universidade de Bangor no País de Gales, deu um grande passo nesse sentido, desenvolvendo células de energia nuclear do tamanho de sementes de papoula, ideais para manter sistemas de suporte à vida na superfície lunar por longos períodos.
Esse trabalho faz parte do programa Artemis, que visa construir uma base habitável na Lua até cerca de 2030.
As células, conhecidas como Trisofuel, têm o potencial de serem usadas em um microgerador nuclear portátil do tamanho de um carro, fabricado pela Rolls Royce.
Essa estratégia permitirá que a energia seja transportada até a Lua com facilidade.
Quais são os motivos para uma base na Lua?
Imagem: Ciência Mundo.
A importância de estabelecer uma base na Lua não se limita apenas à pesquisa lunar em si, mas também à exploração de planetas mais distantes, como Marte.
Uma base lunar funcionaria como um ponto de reabastecimento estratégico para missões interplanetárias, economizando recursos valiosos em combustível e energia necessários para longas viagens no Sistema Solar.
Outra vantagem da Lua é a sua gravidade significativamente menor, que equivale a cerca de 17% da gravidade terrestre.
Isso significa que os lançamentos de naves espaciais a partir da Lua requerem uma fração do combustível necessário para lançamentos da Terra, tornando as viagens interplanetárias bem mais eficientes.
Como o Trisofuel pode ajudar as missões lunares?
Imagem: Ciência Mundo.
Manter humanos na Lua não é uma tarefa fácil, já que o ambiente luar é extremamente hostil.
A ausência de uma atmosfera na Lua resulta em temperaturas extremamente baixas, chegando a incríveis -248°C em algumas áreas da superfície.
Para combater esse desafio, as células Trisofuel, agora em fase de testes, são a solução-chave para fornecer energia para um microgerador nuclear portátil.
Segundo os pesquisadores, o sistema pode ser facilmente transportado em um foguete e implantado na Lua com segurança, mesmo após enfrentar as forças do lançamento espacial.
O Trisofuel tem aplicações na Terra?
Imagem: Ciência Mundo.
Além de sua aplicação lunar, a universidade tem a esperança de que esses microgeradores possam ser utilizados na Terra, em situações de desastres naturais, quando a eletricidade convencional estiver indisponível.
Isso demonstra como as inovações desenvolvidas para a exploração espacial também podem ter benefícios diretos para a nossa sociedade.
Quais nações estão investindo em missões lunares e o que elas buscam?
Imagem: Ciência Mundo.
Outros países também estão intensificando seus esforços na exploração lunar.
Recentemente, a Índia fez uma aterrissagem histórica perto do polo sul da Lua com a sonda robótica Chandrayaan-3, com o objetivo de procurar água, um recurso crucial para sustentar a vida humana na Lua no futuro.
Além disso, a Lua é rica em recursos valiosos, como titânio, lítio, silício e ferro, que são essenciais para a produção tecnológica.
Esses recursos podem ser explorados sob a superfície lunar, tornando a Lua uma peça importante no quebra-cabeça da exploração espacial e da produção de recursos essenciais para a Terra.
Nesse cenário, a China tem a ambição de ser a primeira nação a estabelecer uma base lunar até o final da década de 2020, enquanto os Estados Unidos, através da NASA, planejam sua própria base lunar para o início da década de 2030.
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Referências
URBAN, Thomas M. et al. TITLE. Scientific reports, v. 9, n. 1, p. 1-10, 2019. Disponível em: <link>. Acesso em: 2 jun 2023.
Notícias
BANGOR SCIENTISTS DESIGN FUEL THAT WOULD SUSTAIN LIFE ON THE MOON. Bangor, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 14 set 2023.
Moon base: Research in Wales will help humans live on the Moon. bbc, 2023. Disponível em: <link>. Acesso em: 14 set 2023.
Cite-nos
SANTOS, Fábio. NASA desenvolve células de combustível inovadoras para missões lunares. Ciência Mundo, set 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2024.
Graduado em Sistemas de Informação pela FEUC-RJ e mestre em Representação de Conhecimento e Raciocínio pela UNIRIO. Fábio é editor e fundador do portal Ciência Mundo. É dedicado à produção de conteúdos relacionados a astronomia, física, arqueologia e inteligência artificial.
